20 abril, 2009

Três Homens em Conflito


Na tradução original seria “O Bom, o Mau e o Feio”.
Sem juízo de valores, tratemos pelo título brasileiro.

Ele não viu o filme.
Nem precisa.
Sabe que é o western que faz com que três caubóis, aparentemente rivais, se encontrem na busca de um tesouro.
Como todo bom caubói de filme, eles não são tão bons assim.
Nenhum deles está disposto a dividir o tesouro no final.
Na vida sempre fílmica dele, ele vê esses três homens.
Tal qual na obra de Leone, cada um com suas virtudes, vantagens e desvantagens.
Não correm atrás do baú de ouro.
Pelejam mais pelo pote de sorrisos que ela os oferece ao final do dia.

Um deles, está na frente.
Tem a chave que abre as portas do caminho para o coração da moça.
Goza de sua simpatia, sua admiração.
Sua presença sempre constante.
O que lhe dá uma fé.
Torna-o quase certo da vitória.
Mas eis que como qualquer história, há o conflito.
E ele surge.
Tal como um furacão.
Sacode.
Abala.
Incomoda.
De um jeito torto e despretensioso, se aproxima.
Ele também quer o tesouro.
Mas sabe que nada pode fazer contra a força do outro.
O Destino também parece enfrentá-lo.
Nem sequer chegou a entrar direito na vida deles.
Está em desvantagem.
Como Roteirista às vezes parece um cara sem mãe, eis que ele coloca o último elemento da história em ação.
Um homem misterioso.
Vindo direto de um trem do passado.
Para acabar de vez com o sossego.
E abalar ainda mais a situação.
Porque ele consegue mexer com os outros dois.
Preocupá-los.
Transformou o seguro quase-imortal em mais um.
Fez o furacão não se achar mais que uma brisa leve, e como toda brisa, passageira.

São agora três homens em conflito.
Três adversários em busca de um mesmo prêmio.
Três mocinhos com um lugar cativo no coração da mocinha.
Três aflitos nessa insana história.
No fundo, não sabem que o mais aflito dos corações naqueles tempos, era o indeciso coração dela.
Que queria bem aos três.
Mas naquele instante se via incapaz de decidir.

Ela não viu o filme, assim como ele.
Mas todos sabem que no final, o Roteirista fará a cabecinha dela decidir pra quem vai o merecido prêmio de melhor ator.
Sem possibilidades de final alternativo.


(Em tempo: como é pra fazer propaganda também, essa história bem poderia ser o recém-finalizado curta “Sobre Heróis e Cigarros”)

17 abril, 2009

O Poderoso Chefão


Não poderia começar diferente. Tinha que ser com uma obra-prima.
Porque sua vida é sim um thriller de ação, romance e suspense.
Seus dias mais parecem mesmo saídos da película do Coppola.
Não que tenham gângsteres espalhados por aí ao seu redor, ou que ele tenha qualquer ligação com a Máfia.
Mas é porque nesse dias, tem acreditado muito no determinismo das coisas.
Tal qual Michael Corleone, sabe que chega um ponto em que não se é mais possível retornar.
Só há um caminho a seguir. Ambos estão conscientes disso e partilham da sensação de que não tem volta, não se pode mudar.
Com a diferença de que na história real, é o protagonista que se vê cercado de ajuda, de boas-almas, embora nunca siga seus valiosos conselhos.
Assim como o clã dos Corleone, ele também tem laços fortes com a família, vê ali seu alicerce, seu porto seguro, apesar da distância.
Tal qual Michael, sua a felicidade completa só se dá devido à presença de sua Kay.
Partilham segredos, sonhos, sentimentos.
São companheiros, se complementam, se ajudam, se gostam.
E aquela presença o faz mais feliz, mais seguro de si, mais companheiro.
Oculta o seu lado Don, que insiste em se mostrar, incomodar, afligir.
E no seu duelo interno quase diário entre Don Corleone e Michael, é o mais belo lado que triunfa ao menor sorriso de sua Kay, seu abraço, seu sorriso.
Mas tal qual no filme, na sua vida são necessários Plot Points, tramas, acontecimentos.
Porque sua Kay não era sua.
Não poderia ser.
Ele entendia.
Aceitava.
Acreditava.
Tentava um mundo novo.
Mas invariavelmente, sempre caía nos abraços dela, e na ilusão de um mundo que em sua mente sonhadora, sempre via, vislumbrava.
E à medida que Michael torna-se um transgressor da lei, ele torna-se um transgressor das coisas que deveriam ser certas.
Age contra o modo como deveria agir, egoísta.
É quase o mafioso a desafiar o estado natural das coisas e remar contra a corrente, em vão.
No fundo, ele sabe que é em vão, mas crê.E sabe também que há um ponto onde não se pode mais voltar.
Ou se fica parado ou se segue.
Michael faz a sua escolha.
Ele continua em dúvida.
Em comum, a aflição interna, a dualidade, os momentos de felicidade.
Apesar dessa ilusão de livre-arbítrio, assim como os personagens de um roteiro qualquer, há Alguém que escreve a história, que comanda as ações dos personagens, seus caminhos.
E se numa metáfora perfeita do filme, no cartaz há a mão do Padrinho comandando a todos pela marionete, seus passos também são dirigidos por um Artista, que os move à sua vontade.
Só pede para que, por favor, Mario Puzo, aí em cima, sentado ao lado, tão perto do Roteirista, dê uns conselhos para as próximas cenas, com menos suspense e mais ação.
Sugira que se passe logo pelo Plot Point e siga à resolução da história.
Ainda que o final da Kay dele seja o mesmo da de sua história.

Pré-Estreia

Aqui pretendo deixar registrado histórias, sentimentos, acontecimentos, situações, que poderiam fazer parte da história de qualquer personagem cinematográfico.
De um modo pouco convencional e desprovido de enormes capacidades e pretensões literárias, cada história é uma associação a um filme.

Assita.
Leia.
Divirta-se.
Emocione-se.
Chore.
Assuste-se.
Comente.
Critique.
Analise.
Resenhe.
Afinal, essa é a magia do cinema.
Um ambiente que tentará ser transposto a essas histórias.

Apagam-se as luzes.
Terminam os traillers.
Começa a projeção.
Pegue o balde de pipoca, que a sessão começa.

13 abril, 2009

boas vindas!

~ boas vindas!
acho que você merece um espaço pra armazenar idéias e palavras. mesmo que soltas.
você merece e terá.
aprenderá aos poucos a se acostumar com isso.
e vai adorar!!!
breve, ouvirei você comentar que escreveu, fazer propagandas e tudo o mais. e dizer que viciou em escrever e não consegue mais passar um dia sequer sem rabiscar qualquer coisinha pra postar.
veja como diário, veja como rascunho, veja como divulgação... veja como quiser.
mas use!
aproveite. usufrua. desfrute. use e abuse da sua imaginação.
seja feliz exercitando a sua criatividade.
não se prenda a estereótipos nem a fórmulas e nem a padrões.
escreva o que quiser como e quando quiser.
e seja você. sempre!
boas vindas e boa festa!
porque você vai amar escrever aqui.
:D

saudações, querido amigo.

beeeijo